Planeta de renovação

A maioria do brasileiro gosta de pensar que o ano começa depois do carnaval. Eu como uma jovem gaúcha gosto de dizer que ele começa depois de um evento chamado Planeta Atlântida.
Lembro da primeira vez que eu pisei no evento, em 2005, minha emoção perante tamanho palco, foram os dois dias mais emocionantes até então, como se eu esperasse por aquilo por todos os meus 15 anos.

Hoje já pensei que a fase teria passado. Esse ano acabei decidindo ir aos 45 do segundo tempo. Graças a Deus consegui galera, ingresso, condução e até capa de chuva. Não estava muito animada, mas aquela sensação de que somente eu estava em casa me incomodava.

Posso dizer que minha fase passou. Consegui atingir no evento uma coisa que poucos se detém em fazer: lavar a alma. Cantei até mesmo quando não sabia a letra. Pulei até mesmo depois de não sentir mais os meus pés. Tomei banho de chuva como se fosse de um chuveiro dos mais potentes. Gritei até minha voz acabar.

Ao contrário da maioria, não voltei acabada. Pelo contrário, liberei minhas energias presas, troquei as vibrações (coisa que nem o reveillon nem o carnaval me permitiram fazer), e assim voltei pra casa nova.

O mais engraçado foi a resposta rápida que dei ao primeiro que me perguntou “e aí, ficou com alguém?”. Respondi que havia ficado sim. E fiquei. Fiquei comigo mesma, curti na melhor companhia que pode existir todos os shows, cantei pra mim todas as músicas e assim me renovei.

Às vezes precisamos extravasar de um jeito sadio as energias que possuímos. Tudo é um ciclo, e o ano com certeza só começa de verdade depois de uma longa sessão de amor. Amor próprio.

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