Saga de um cartão

O começo: Com um trem lotado até a capital da cidade. Era preciso fazer uma capacitação antes de seu primeiro dia de trabalho. O expediente? Iniciava ao meio-dia. O treinamento aconteceria durante duas horas começando às 9h.

Acordou cedo, arrumou-se, pegou o trem lotado seguido de um ônibus. Chegou no horário. A capacitação durou apenas meia hora e agora lá estava ela: longe de casa sem absolutamente nada para fazer nos próximos tempos.


O tédio:
Ela não tinha tomado café. Precisava urgentemente comer algo. Trilhou antes de qualquer coisa rumo ao café da esquina. Pediu um suco de pêssego e um folhado de frango. Não era saudável, mas extremamente delicioso. Olhava para o relógio de dois em dois minutos e o tempo insistia em não passar. Era preciso pensar em algo para fazer.


A idéia: Seu primeiro aniversário de namoro seria no próximo dia. Ela queria algo criativo. Percebeu o quanto seria inútil. Um mês não era absolutamente nada perto da vida inteira que ela queria ao lado dele. Pensou que talvez não fosse prudente gastar sua imaginação agora visto que os meses logo se tornariam incontáveis. Achou que um cartão seria uma boa pedida e decidiu se aventurar por ruas da cidade desconhecida a fim de encontrá-lo.


A jornada: Pagou seu café não sabia por onde começar. E para quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar serve. Decidiu então seguir em frente. Sempre reto. Passou por um Colégio que já havia ouvido falar. Pensou: “hmmm, é aqui que fica então”, mais a frente avistou um hospital super conhecido. Espantou-se ao descobrir que um ficava ao lado do outro. Em frente ao nosocômio avistou um barranco gigantesco. Descê-lo seria fácil. Agora, subir?

“Nem f*d*nd*”


Era cedo para voltar. A direita entraria na portaria do hospital. Dobrou a esquerda. Uma rua qualquer sem o mínimo atrativo. Ainda assim insistiu. Era preciso ver onde ela dava, trabalharia ali perto. Achava pertinente conhecer o local.


A sugestão: Ao chegar a segunda esquina percebeu uma placa que apontava um shopping a sua direita. Lembrou que um dia eles haviam andado de mãos dadas até lá. Ela, como sempre estava bem mais atenta no cheiro, no toque e no que ele falava. Só agora percebera que já havia trilhado por aqueles lados. O fato é que naquele bairro residencial, um shopping era o lugar ideal para se achar uma papelaria que vendesse um cartão.


O engano: Da primeira vez que foram ao tal shopping ele parecia extremamente pequeno e sendo assim de fácil localização interna. Não era. Era grande, e mais do que isso: parecia um labirinto. Quando pensou que tinha andado por tudo, sem sucesso em sua busca avistou uma luz ao fim do local. Um supermercado que dava acesso à mais corredores. Aquele lugar tinha loja que fornecia tudo. MENOS uma papelaria ou algo similar. Já havia se desesperançado de encontrar algo. Caminhava sem tirar o olhar do chão. Perdera absurdos de tempo naquele shopping. E o pior é que ela não conseguia pensar em nenhum outro lugar para ir. Foi nesse instante, exatamente nesse que a sorte brilhou na sua frente em forma de uma placa com os seguintes dizeres:


CASA DO ESTUDANTE


O retorno: Após encontrar o que dizia exatamente o que ela queria: “Nenhum presente é maior do que o amor que eu tenho pra lhe dar”, olhou no relógio e percebeu que o tempo ironicamente havia voado.


Precisava voltar, mas estava longe da entrada que havia utilizado. Em contraponto, uma porta piscava para ela. Decidiu seguir a voz do coração e aventurar-se por outros lados. Esqueceu que a única vez que seu coração acertara tinha sido na escolha do homem pelo qual se apaixonaria. E agora estava ela lá perdida. Decidiu que o mais sensato era olhar os ônibus e segui-los. Todos levavam a destinos totalmente esdrúxulos para ela. Saiu caminhando. O barato saiu caro e certamente ela caminhou bem mais do que precisava.


O fim: Lá estava ela suada. Tinha se despencado e era seu primeiro dia de trabalho. Mas quem se importa? Estava feliz da vida pois sabia que ele iria sorrir ao ler que é o dono do amor dela.

9 comentários:

Rafaela Kley disse...

Bah! Que função pra achar o tal cartão! Mas certamente ele vai amar!
:D
Beijo

Paulo Victor disse...

e se ele não gostar?
achar bobo ou antiquado demais?
...
nada. tô sendo muito pessimista.
se ele é romântico mesmo,
vai gostar sim! ;D

Maria disse...

Como uma 'aventura' pode se tornar um gesto tão simplesmente lindo, né?

Seu amor por seu bem dá pra sentir por suas palavras, Gabi. Lindo isso.

=*

Camila disse...

Gabi, que susto! Pensei que não iria conseguir voltar a tempo!
Que bom que ficou tudo bem e que voltou a tempo e ainda encontrou algo perfeito para seu amor!
\o/
Beijos

Marina Schuch disse...

hehehehe!!!
Bom se ele não gostar chuta o saco dele... hauhauahua
Só pela jornada ele já tem que amar, mesmo que fosse mal sucedida.
Linda minha prima finalmente esta perdidamente apaixonada, a vida é bela não é??
beijoa

Francisco Castro disse...

ótimo Post, parabéns pelo excelente blog.

Um grande abraço

Anônimo disse...

Se jeito de escrever é muito...
Uma palavra que defina bem....
SHOW!
Por isso gosto de vir aqui...se seu amado ler seu post e ver o esforço todo que vc passou ele vai com certeza amar o cartão...e o gesto em sí...

Marcella Castro disse...

Nossa, e eu que achava que tinha sido difícil dar o primeiro cartão e o primeiro presente do meu namorado. Foi difícil na escolha, mas não passei por tudo isso!
Mas vale a pena né? Ver o sorriso de quem a gente ama...
beeijos gabi!

றιkąeℓℓy Rocha disse...

Rsrsrsrsr
Mas vc não aparenta ser tão velha assim,Boa Sorte também tenho vontade de um diia escrever um livro mas o q tenho maiis vontade é de escrever uma Novela,e até mesmo atua miinha própria novela!!!!
Boa Tarde
Bjoos*

Mika