Se arrependimento matasse, viveria pra fazer diferente


Quem nunca se deparou com algum questionamento que remetesse ao assunto arrependimento? Estava pensando nisso hoje. É claro que por muitas vezes deveria ter agido diferente, porém tem aquilo “durma arrependido, mas não na vontade”.

Se existe alguma coisa que me dói ao tratar de tal assunto, é o tempo em que fui medíocre. Ou melhor, esse não é um bom adjetivo. Pseudo-intelectual se encaixa melhor. Quem sabe até metida a besta sem moral alguma.

Já me peguei mais de uma vez pensando. “Bá, eu poderia ter escutado musicas melhores na minha época de adolescente”, ou então “nossa, o que eu estava fazendo que não li determinados clássicos”. Eu acatava o que o meio que eu vivia me dizia. As posições gerais. E argumentava minha posição baseada em discursos prontos e já utilizados.

Minha adolescência foi inerte e alienada ao modismo. Eu achava que tinha lido demais, porém obras primas da literatura não passaram por mim. Pensava que música era algo momentâneo para te descrever e usava de bandas da época para isso. Esquecia que música é mais que som: é arte.

Hoje corro atrás do prejuízo cultural que cavei na minha vida. Procuro ler não só os clássicos, mas também os novos. Tento ver dois lados para saber (e poder) criticar. Busco informação e estou aprendendo a selecionar as que me servem ou não. Aprendi que pra falar de música é preciso, entre outras coisas, saber que rock não é emo e também o que significou a tropicália.

Me arrependo da época em que pensei que história era uma disciplina escolar que contava apenas coisas interessantes. Hoje consigo ver sentido em toda contextualização dada nas aulas o que me serve de luz ao fim do túnel.

Ainda estou longe de uma perfeição (como qualquer um), mas hoje pelo menos sei que modismo não é o mais importante. Sei que ter estilo não é seguir aos outros, mas sim ter suas próprias convicções e baseado nisso construir a bagagem da tua vida.

Aprendi que caráter não está só relacionado com a forma a qual se vive, mas com a maneira que aproveitamos as coisas indiferentemente da escala de tamanho. Por fim fico feliz em concluir que é preciso renovar certos valores, sem, no entanto alterar princípios. E é isso que consola o meu arrependimento.

6 comentários:

Anônimo disse...

É isso mesmo Gabi, nunca sabemos de tudo, na verdade, de quase nada. Mas podemos buscar aquilo que nos identifica. Por favor, jogo a primeira pedra quem nunca escutou uma música ruim? Mas, conformar-se é diferente. Por isso, nunca deixe o medo de se arrepender ser superior à curiosidade. Medo paralisa, curiosidade transforma.

Ah, sobre música. Além de arte, música é história. E, quando se começa a contextualizar o que se escuta, tudo parece ganhar sentido...

linda!!!!

Dayane Carmona Poeta disse...

Gostei disso, o importante é sempre aprender e pelo visto essa lição você pegou bem! Não devemos nos arrepender ou mesmo lamentar das coisas que já se passaram pelo simples fato que perderemos mais tempo nos lamentando e disso nao ganharemos nada só mais horas de arrependimento ao contrario se pegarmos e irmos a frente e fazermos diferente do que fizemos ao passado. Sempre temos tempo pra fazer um novo final , já que nao podemos mudar o começo!

Adoravél.
Te linkei :)

Rodrigo Dias disse...

Ah, sei lá. Nunca li clássicos, sempre achei-os uma merda e hoje continuo achando. Tentei ler alguns, mas não tenho vontade alguma de tentar novamente. E não me arrependo disso.

Me arrependo, sim, de não ter vivido minha vida intensamente quando pude. De não ter arriscado, de não ter dado a cara à tapa. E não foi uma ou outra vez, foram tantas. Mas coisas da vida. Assim a gente aprende e tenta mudar o que vem pela frente - mas nem sempre consegue.

Voltando aos clássicos, vejo que muita gente lê, mas só pra dizer que leu. Tenta fazer uma discussão a respeito da obra, tentando contextualizá-las, e verá que a maioria mal sabe o que está escrito porque é analfabeto funcional. Literatura não é apenas um livro, é toda uma cultura de época que vem por trás, mas muitos pseudo-intelectuais sabem disso. Só sabem que leram.

Enfim, como eu disse, coisas da vida. Essas sim são as medíocres. Viver de modismo na adolescência não considero mediocridade, senão todos seríamos. Medíocre é aquele que acha que tá fazendo uma coisa para o seu bem, mas só quer pagar de grandão na frente dos outros.

Beijo e até à uni.

Tatah Marley's Confissões disse...

O arrependimento é bom pra que nós possamos recuperar em partes, o tempo perdido.
Que nem tu disse.. pqe que nao ouvia musicas melhores si pah..
pois ouça agora!
Nunca é tarde pra recuperar o tempo perdido!
x)

Paulo Victor disse...

é sempre bom a gente rever nossos conceitos pra depois não ficar arrependido.
errar faz parte e tal
e é bom pq oferece algo a ensinar.
a gente sempre sai ganhando.

e pq não,
se se arrepender é humano?
=] o/

Vanessa Reis disse...

Melhor viver de modismos na adolescência do que depois, hehe. Vai dizer?! Se existe época apropriada pra ler e ouvir abobrinhas é ali, por volta dos 13 anos. Se você não passa por essas coisas na fase certa, não aprende a criar esse dissernimento. Não precisa se arrepender. Viver o que você viveu te fez ser quem você é, hoje. E isso importa.