Naquele dia, porém, o destino trouxe a vontade juntamente com os passos sempre sérios e comedidos dele.
Janaína não sabia jogar xadrez. Mas sabia desafiar Marcos. E gostava disso. Ela sabia que, no fundo, ele também sentia uma ponta de prazer ao ser desafiado, ainda que fosse somente para rebater e gerar um debate sobre o assunto.
Janaína sabia intrigar Marcos em seus desafios. Marcos, por sua vez, gostava de debater com Janaína. E era bom nisso, não perdia uma.
Janaína contra-argumentava com Marcos tão bem quanto jogava xadrez. Isso o agradava. E a ela também. Pensava que Marcos de alguma forma inexplicável a fazia crescer. Janaína era sedenta por conhecimento. Crescimento era uma necessidade.
O jogo começou.
- Já vou avisando que não sei jogar – avisou Janaína com sua mania torpe de sempre andar na defensiva – Marcos, assentiu.
O silêncio dava o toque ao ambiente. Para eles, era como se cada jogada representasse um esclarecimento que meses antes fora calado. O destino não esquece dos mal resolvidos e por isso colocou Marcos e Janaína ali, novamente, frente-a-frente. Como da primeira vez. O silencio tratou de condená-los pelos pecados cometidos.
Ambos erraram. Ele esperou demais, deixou que seus limites e fantasmas passados o impedissem de tentar. Ela, com uma carência absurda e uma vontade de ser amada não soube esperar por ele. E foi amar.
E agora ambos estavam ali. Frente-a-frente, mediados pelas jogadas de um tabuleiro. Com coisas a dizer, doía ficar calado mais uma vez. E aquela era a última chance de falar algo.
[Continua...Ou não.]

5 comentários:
*-*
preciso dizer que amei?
CONTINUA, SIM. AMEI
BJS.
Vamos continuar?
Obrigada pela visita.
bjs.
Ishaaa! Que boa idéia vc me deu!
Vou chamar meu príncipe para uma pertida de xadrez! - rsrsrs
Beijos
Mas tem que continuar! Tá excelente. Vc não sabe como tocou em mim sem querer...rs
Continua, continua =DDD
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