
A rua onde eu assisto aos jogos possui dois bares. Um de frente para o outro. Do lado esquerdo um dono gremista, do direito, um colorado. A quadra é fechada. Ficamos como no encontro de Rio Negro e Solimões no Amazonas. Metade azul, metade vermelha.
Os gremistas que me desculpem, pois eu tenho consciência de que há colorados “barraqueiros” bem como tricolores sensatos. No entanto é indiscutível a falta de nível que se instalou na rua na hora do pênalti. Muita coisa faz parte. Quebrar garrafas, atirar mesas e soltar sinalizador em um bar que fica em uma rua movimentada onde pessoas transitam não é postura de gente.
Fomos os melhores em campo desde o início. Marcamos o nosso cedo e eu que estava na rua vi muita festa e muita cantoria. O mais engraçado é que nós somos os macacos e ele que quebram tudo com um empate aos quase 40 do segundo tempo.
Educação e principalmente respeito precisam fazer parte do clássico. Quem acompanhou o jogo percebeu que o momento de reação tricolor foi atrapalhado pela fumaça produzida por quem? Pelos próprios gremistas. E o mais irônico: eles nem precisavam disso.
“Renan botou o pé sem querer”, disse Rodrigo Mendes, depois do jogo, em entrevista às emissoras de rádio.

Por fim digo que fiquei satisfeita com o resultado. O jogo foi anunciado como “O Grêmio em busca da liderança e o Inter querendo fugir da Zona de rebaixamento”.
E mesmo fora de casa mostramos superioridade em campo. Entramos descrentes de uma grande partida pelo lado vermelho. Não fomos os favoritos até que a bola rolasse. O próprio gol de empate não foi mérito gremista.
"Jogamos muito melhor e criamos muito mais oportunidades de gol. A arbitragem
foi decisiva no placar, pois todos os goleiros fazem este movimento e nunca
é marcado pênalti. Mas o time está de parabéns. Esta partida mostrou um
Inter bastante organizado e ainda irá melhorar mais"¹
