Embriagada demais pra falar de futebol

Hoje não falarei de futebol. Sim, perdemos em casa pra um time que está com os pés na série B. E embora haja muito que comentar, não irei fazê-lo.

Ontem, minha noite de derrota foi salva por um documentário a respeito de Vinícius de Moraes. Vidrei. Estava completamente embriagada: de poesia. Se eu fosse citar tudo aquilo que me comove, faltaria não só espaço como também palavras. Não há inspiração que faça com que eu me sinta digna de comentar sobre ele. Pra mim é mestre.


“Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão”

Sem dúvida o que mais me encanta na trajetória de vida desse diplomata que mesmo prezando a métrica escreveu para um povo, é o seu desprendimento. Quando li sua biografia já havia percebido tal ponto.

Ele buscou incansavelmente a paixão. Mesmo que isso significasse o jogar tudo para o alto. Quantas vezes não temos vontade de fazer isso? Jogar tudo pro alto, buscar a paixão pela vida. Sem paixão não somos nada.

É preciso intensidade. Vocês não acham? Sou uma romântica incurável que vive no limite. Acho que dói mais. Mas não me arrependo. Acho que dá mais um ar de vida.

“A gente não faz amigos, reconhece-os.”

No documentário, a parte que mais me emocionou foi a que tratou de laços. Mais precisamente de amizade. Cheguei à conclusão que o sentimento de amizade me envolve mais do que o de amor (laço homem mulher).

Estava eu, assistindo a um documentário fantástico e, ao olhar pro lado me deparo com duas pessoas as quais estimo muito. Aquela situação encheu meu coração de um sentimento lindo, uma paz. Meus amigos são os donos do meu coração. E como são poucos há bastante espaço para cada um deles. E lá que eu encontro minha atual fonte de paixão.

E por fim, hoje comentávamos na volta pra casa. Que poucas são as coisas que te dão prazer sem que de agora forma te façam mal, ou te ofereçam risco. Se Vinícius fosse mais comedido, talvez não tivesse sido tão feliz (isso foi colocado/suposto no filme).

São essas coisas que temperam a vida, e que de forma clichê me fazem terminar esse meu último post de julho: É esse tempero que nos faz viver, ao invés de somente existir.

Mundo do futebol

1ª divisão:

“(...)Comemoração dos 25 anos da primeira conquista da Taça Libertadores da América.(...) Renato Portaluppi não compareceu.”

Nunca gostei dele. E não é só por ele ser ídolo gremista. Talvez se eu fosse tricolor (credo) ainda assim não simpatizaria com ele. É arrogante. E mais que isso nega suas raízes. Já ouvi declarações suas onde ele se nega gaúcho. Se diz carioca. Entretanto leva a condição em seu nome profissional.
Mal agradecido. E ainda escuto gremista dizendo “ele não veio porque está ocupado devido ao vice-campeonato das Américas”. Balela, ninguém se lembra de vice-campeão. Bem feito aos tricolores. Talvez a série B pra qual o time de Renato está se encaminhando cure um pouco de sua arrogância.



2ª divisão:
“O jornal Diário Equipe, da Espanha, em sua edição desta segunda-feira, noticia que o Zaragoza irá tentar comprar os direitos federativos do atacante Nilmar.”

Quero explicar o porquê classifiquei esta notícia como sendo de segunda divisão. Meu time, ao contrário do que podem vir a dizer “zoadores de plantão” nunca caiu. Porém, a proposta vem de um time da 2ª divisão espanhola. E que proposta: 12 milhões.
Minha maior indignação não é pela (talvez) saída de Nilmar do Timão. É pelo poder aquisitivo de times europeus. Por isso que o campeonato brasileiro se torna cada vez mais medíocre. Produzimos craques, mas não conseguimos mantê-los aqui. O País do futebol tem um bate-bola cada vez mais mediano

3ª divisão:

“Mesmo vencendo o Engenheiro Beltrão por 3 a 2, o Inter de Santa Maria foi eliminado, devido ao empate por 0 a 0 entre Toledo-PR e Marcílio Dias-SC.
No entanto, a polêmica declaração do zagueiro Rafinha, do Toledo, que afirmou, em entrevista após a partida, que o placar do jogo teria sido combinado pelos jogadores das duas equipes, pode mudar o panorama da competição. (...)”


Pior que isso foi escutar a declaração do tal zagueiro, onde ele fala “se nós não fizermos isso com eles, eles farão com a gente”. Quer dizer que é só assim que se ganha? O campeonato brasileiro de 2005 de fato descredibilizou a imagem do futebol perante mim.
No entanto, é preciso que pelo menos nas divisões mais baixas haja punição adequada. É fundamental que fraudes no futebol sejam punidas. Já não temos uma política para se orgulhar. Resta-nos o futebol. Não podem nos tirar mais esse sonho, mais essa paixão.

Perto demais.

Arrumar-se para ir ao seu encontro era normal, porém estranho. Normal, pois ela adorava cavar coincidências. Estranho porque mesmo sendo ela quem as provocava, ele realmente acreditava que era o acaso.

Aquele dia, porém era diferente.


“Me espera nas escadarias do escritório. Hoje eu saio as 19h.”


Somente em um e-mail. Logo ele que nunca tinha lhe mandado o mínimo sinal de vida.

Cumprimentou o porteiro. Ela também trabalhava naquele prédio. Não entrou, sentou nas escadas. Olhou o movimento. Cada carro que passava, um pensamento. Ela odiava a mania que tinha de tentar adivinhar o rumo das conversas. E odiava mais ainda quando não conseguia fazer a mínima noção do que viria por diante.

Ele chegou. Todo vestido de branco. Ela geralmente fazia alguma piada a respeito. Dessa vez ficou quieta. Ele deu oi, ela respondeu. Sentaram-se lado a lado nas longas escadarias do prédio Moscatello, no centro da cidade.

-Tu não vai me dizer nada?
-E deveria? Que eu saiba tu me chamou até aqui.
-É chamei...Mas tu é a mulher da relação.
-Em primeiro lugar, que relação? Em segundo... O que tem a ver o fato de eu ser a mulher?
-Desculpa. Mulher sempre tem algo pra falar...romantismo da espécie.
-Machista!
-Não sou!
-Então por que somente as mulheres são românticas? Por que somente nós demonstramos nossos sentimentos? Tem razão! Não é machismo, é covardia.
-O que tu tanto olha nessa bolsa?
-Nada, to só procurando um cigarro.
-Tu não fuma.
-Como tu sabe, nem me conhece. Daria pra dizer logo porque me chamou aqui?
-Tem razão. Não conheço. Mas gostaria muito...
-De me conhecer?
-De forma como ninguém conhece além de ti mesma.

Por tanto tempo ela idealizou aquele momento na frente do espelho que agora nem conseguiria acreditar que era real. Quantas vezes pensou como deveria ser suave o toque, seguro o abraço e doce (além de excitante) o beijo...

-Não vai me dizer nada?
-Deveria?
-Claro! E não só por ser a mulher da rela...do fato em si, mas...
-Mas...
-Pensei que sentia algo por mim também.
-E se eu sentir. Mesmo que não amor.
-Eu também não sinto amor. Acho que é possível com o tempo...
-E caso não sinta nada?
-Tu não terias vindo.
-Eu não sei...
-Nem eu, mas isso não importa agora.


E a beijou. Sem saber o que isso significava, e sem lutar contra sua vontade incontrolável de pertencer, nem que por alguns instantes, à ela.

E foi beijada. Com a cabeça cheia de dúvidas e querendo, pela primeira vez desde que os olhos deles se cruzaram no corredor do escritório, não pensar em nada.




(Fugindo do meu "estilo" [?! se é que eu tenho um]. Efeito "Closer").

(Mënine, nunca tinha escrito em forma de dialogo...Como faz?)

Bom Domingo!

Culpa da professora


Lembro do meu primeiro contato com o Machado. Eu estava no final do ensino fundamental, e a prova final de língua portuguesa era sobre ele. Que me desculpem aqueles que desde sempre se ligaram em literatura. Eu, na oitava série tava bem mais preocupada com outras coisas.

Tínhamos que ler 4 contos. Não lembro quais. Mas lembro que li “A Cartomante”. Não fazia parte da lista, e ironicamente foi o que eu gostei. Do resto? Odiei cada linha.

A partir daquele dia eu decidi que Machado de Assis não iria fazer parte da minha vida escolar. E assim foi. Durante o ensino médio li somente os resumos a respeito do que me era pedido sobre o autor.

E a culpa? Não era minha. Era da minha professora que mandou que fosse lido um livro inadequado para a minha idade.

Um certo tempo se passou. E agora nessas férias decidi ler obras clássicas que eu ainda não tinha feito. Me foi sugerido Contos escolhidos – Machado de Assis. Relutei é verdade, porém, após começar a ler é que eu percebi a grandiosidade da obra. O cara é mestre.

E eu continuo achando que a culpa por eu o ter ignorado é da minha professora da oitava série. Todos nós sabemos que determinados autores são necessários para aprendizado na escola. Porém, será que estamos preparados para lê-los quando nos são impostos?

Surgi então uma pergunta: Será que o desinteresse de muitos pela leitura não vem em partes da instrução errada do que os mesmos devem ler? Até os livros têm um tempo certo.

Fora do ar, e agora?

Cheguei cansada, a gripe tomou conta de mim. Precisava urgentemente de uma cama. Um bom banho, um bom café...opa, meu dia não estaria completo se eu não fosse dar uma olhadinha no Orkut. Sabe como é, vai que tenha algum recado super importante.

Qual não é a minha surpresa quando percebi que o site estava fora do ar. Ah, tudo bem, pensei, daqui a pouco ele volta. Vou olhar meus e-mails. Conectei o MSN, liguei o media player na coletânea do Jorge Ben e fui ver o que tinha de bom na caixa postal.

Mensagens respondidas, agora vamos ao Orkut. Já se passou mais de meia hora, certamente ele estará lá. Não estava. Bom, eu tenho alguns textos da revista que editoro para fazer, vou dar um tempo por aqui, concluí.

Uma coisa preciso confessar. Se trabalha muito melhor quando não se tem Orkut.
E quando terminar de trabalhar na LABORGUY, o que farei? Ah, vou escrever a coluna Ferro Velho, to mesmo devendo o material de sexta-feira.

Rendi tanto no meu trabalho que esqueci por um bom tempo o real motivo pelo qual havia ligado o computador. Após escrever bastante quis dar uma voltinha pelas notícias. Geralmente eu abro todos os sites que estão linkados aqui e vou lendo.

Foi então que veio a grande bomba. A saída do Orkut do ar era capa no site do G1. Custei a acreditar que de fato estava lendo aquilo. Foi então que me dei conta do porque que eu havia ido parar na frente do computador. E daí senti o peso da alienação. Deprimente...Mas já era tarde e eu decidi ir dormir. Gripe maldita.

Acordei hoje e pensei que esse texto “revoltado” pela alienação seria a primeira coisa que faria. Não foi. Não antes de ver a minha “sorte de hoje”. E ele estava lá, de volta onde jamais deveria ter saído. O G1 inclusive noticiou sua volta, mas eu já estava dormindo. Gripe maldita.

Eu sei que vou te amar

"(...)Ela está rindo... como é linda a boca dela... isto: boca dela... um belo ato falho, uma cadela rindo... cadela nada, coitada... uma pobre mulher... lá vou eu com minha tendência de ser mãe dela...


Já começou... me faz rir e vai me dobrando... começo a achar que ele é bom... agora, é mais interessante que aquele idiota que agüentei no motel falando da Bolsa... e o dentista erótico?.. se ele soubesse que eu dei pro dentista dele... coitado... o dentista deve estar metendo o motor na boca dele... boca dele...com sensação de triunfo...


-Sabe... eu ontem fui ao dentista... ele perguntou por você... aliás estava muito simpático... me abraçou muito... me deu chicletes... uma escovinha de dentes... paguei aquela consulta tua... de que você está rindo?... Estava simpaticíssimo o Dr. Silveira."
(...)


Após minha experiência com Mainardi, fui ler Jabor. E não preciso comentar, por isso o trecho aí em cima. Ele fala por si mesmo. Próximo livro da cabeceira? Gárcia Márquez.

Chegou a hora.

Parece mentira, mas eu acho que meu subconsciente realmente duvidava que um dia eu fosse noticiar a morte dela.
Acho que seu grande feito foi tornar-se símbolo do imoral, opa! Imortal. Sério, nunca vi utilidade nenhuma na tal ex-vedete que achava lindo soltar vários palavrões. Sou novinha, realmente não sei o que “sagrou” sua fama inútil.
Porém que não dá pra ter como parâmetro de utilidade a fama que se tem.
O fato é que a velha enterrou ícones como: Albert Einstein, Elvis Presley, Raul Seixas, John Lennon, Cássia Eler, Tupac, Papa João Paulo II, Renato Russo, Tim Maia, Mario Quintana, Artur da Távola, PC Farias, Ulisses Guimarães, Bussunda...Ela enterrou até os Mamonas Assassinas!
Nunca achei graça nessa mulher. Nunca entendi a fama dela, porém estou me sentindo órfã. Visto que o Grêmio já havia me provado que imortalidade não existe... Só me restava a Dercy.

Estilo Jiló

Andei desanimada com esse blog, pensando em desativá-lo por estar insatisfeita com o conteúdo publicado. Até que recebi o seguinte conselho: “escreve, escreve, escreve, sem te preocupar com o que vão pensar”.

Levando em consideração a relevância de tal frase para uma aspirante à jornalista, decidi seguir o que me foi dito. Então, eu ando muito boazinha nos últimos dias por aqui.

Hoje vou falar sobre algo novo: Livro. Com a chegada das férias (ainda que só da faculdade) tenho um turno livre. Decidi ocupá-lo com algo um pouco mais útil que Orkut e derivados. Então fui até a biblioteca da UNISINOS e retirei alguns exemplares.

Entre eles, um livro de um autor o que eu nunca tinha lido. Mas, até aquilo que não te chama atenção deve ser folheado afinal, como posso dizer que não gosto de algo antes de experimentar?

E o escolhido da vez foi: Lula é minha anta – Diogo Mainardi.

Em Lula é Minha Anta, Mainardi reúne uma coletânea de crônicas sobre o escândalo do mensalão publicadas pelo autor na revista Veja, da qual é colunista. Mas não se trata de uma reunião pura e simples dos primorosos textos de Mainardi sobre os escândalos de Brasília. No livro, as crônicas são alinhavadas com comentários inéditos sobre os artigos que contam os bastidores do trabalho do colunista.
(Fonte: Submarino)

Não vou colocar meu ponto de vista político. Todos o conhecem já e afirmo que não foi ele o motivo pelo qual não passei da página 5. Por casualidade eu fechei o livro e dei uma olhadinha na contracapa:

Diogo Mainardi é colunista da VEJA desde 1999.

Puts, isso foi demais para minha paciência. A VEJA não é cotada nem para leitura de banheiro. Logo, um colunista “das antigas” dela também não merece. Fechei o livro convencida de que esse era o tipo de coisa estilo jiló, onde não preciso provar para dizer que não gosta.

Como nossos pais

Ontem fui “de penetra” a um encontro de 30 anos de formatura de ensino médio de uma turma. Não pude deixar de pensar como será que eu vou estar com os meus colegas depois de todo esse tempo. Mas o que mais me chamou atenção foi o que foi dito por um deles sobre a chuva de informações que recebemos hoje em dia.

Muita notícia, muita notinha no jornal, muito link na internet. Lemos sobre tudo e sabemos sobre o que? Muito sábio aquele que lembrou que nem sempre tínhamos tanto acesso. E que isso nos fazia buscar mais.

De tão rodeados de excesso acabamos carentes. De um abraço, de um toque sincero. Ou de uma simples conversa sem se preocupar em ser bem informado ou não. Jogar as palavras no vento, ter devaneios e crises (de riso e choro). Ser alguém que não tem medo de errar.

E sem esse medo, eles há 30 anos com certeza acertavam mais que nós. E a prova está diante dos nossos olhos. Em cada página virada que é reflexo do passado.

Talvez por isso ainda temos determinados gostos e filosofias tão baseados naquilo que os nossos pais viveram por nós.

“Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos...
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que 'eu tô por fora, ou então que eu tô inventando'
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Tá em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo que fizemos”

Notícia não perdoa reclusão

Escolhi trabalhar com o momento. Notícia não espera tua dor de cabeça passar para acontecer. Ela pouco se importa se nós, jornalistas (no meu caso aspirante à), gostamos de uma pausa para o café. Não pára e pronto. Não espera ninguém pegar o bloco, achar a caneta, ligar o gravador, posicionar a câmera: surge, vai embora e ponto final.

É detalhista como a mulher. Pontual como o homem. E tem excessões como toda a regra. Poderia até ser considerada humana, mas, não se mistura. Prefere "falar deles" ao invés de "sê-los".

A notícia e a vida vivem se confundindo: momentânea e metódica. Boa e ruim. Consegue ser mórbida e ainda assim trazer esperança, e, no final das contas acaba ditando várias leis.

Todos nós somos produtores de notícia em forma de matéria prima. Me sinto honrada de estar aprendendo a manufaturá-la. Nos últimos dias acabei pecando no meu ofício. Li sobre tudo:

O Fluminense perdeu a copa libertadores, os Nardoni tiveram mais um pedido de habeas negado, a lei-seca de tolerância zero está aí, a polícia faz mais uma vítima inocente..

Não comentei sobre nada. Que meus leitores me perdoem, já que as notícias já passaram e por essas não adianta mais comentar. Cabe a mim esperar a vida aprontar mais alguma. IUIm brinde à minha volta de um período de reclusão social.


Meu pai e a carroça

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou:- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:- Estou ouvindo um barulho de carroça.- Isso mesmo, e de uma carroça vazia...Perguntei-lhe, então:- Como o senhor sabe que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?- Ora - respondeu ele - é muito fácil saber se uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, tratando o próximo com grossura, prepotente, interrompendo a conversa dos outros ou querendo demonstrar que é a dona da verdade, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai, dizendo: "Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz..."

Familia, Familia.

Sou a primeira menina nascida na 3ª geração da família da minha mãe.
Passei minha infância com meus primos (éramos quatro) uma vez que sou filha única.
Aos 11 ganhei uma afilhada
Aos 15 anos fui morar meio ano com meus avós.
Aos 16 passei um ano e meio longe deles e de todos os meus familiares.
Ainda aos 16 briguei com a minha prima-irmã e brigas de família são as coisas mais punks que existem. Não trocamos um desaforo se quer. Nos matamos no olhar. Olhar ruim de alguem que tu ama é a maior das dores.
Aos 17 perdi um primo precocemente (ele tinha 20)
E a maturidade foi refazendo com o tempo os laços que se perderam na briga citada anteriormente.
Aos 18 atingi a plenitude para com todos eles.

E hoje comemoramos os 69 da minha vó. Foi lindo ver o resultado da trajetória. Foi maravilhoso saber que mesmo tendo um tio que mora no outro lado do país, e um outro caminhoneiro que está sempre ausente somos unidos pela alma.

Foi espetacular poder rir com meus 2 irmãos de sangue e saber que eles são um dos meus maiores tesouros. E pouco importa se este é o pior texto que eu já escrevi. Família é a coisa mais sinistramente incrível que pode existir.

Hoje eu postei lá:
http://www.esferapublicaunisinos.blogspot.com/

Quem quiser ver, será bem-vindo!